A Presidente da Internacional da Educação interveio na sessão de abertura do sétimo congresso desta organização com um discurso notável em que enunciou e evidenciou os temas centrais desta reunião de 400 organizações sindicais da educação vindas de 171 países.
Susan Hopgood começou por sublinhar os sinais que são evidentes, quer da diversidade e da complexidade de uma organização com a dimensão que a IE hoje tem, para chamar a atenção para o facto de serem poucas as organizações como a IE que conseguem congregar uma tão grande diversidade de pessoas. Aproveitou para afirmar que, nestas circunstâncias, se torna essencial manter a vigilância e a força que garantam a defesa e a promoção dos valores que defendemos.
E passou então a referir que, na primeira linha, se encontra o nosso dever, como educadores e como ativistas sindicais, de realizar todos os esforços que sejam possíveis para promover e proteger os interesses da educação.
E porque a IE se tem vindo a afirmar como o maior parceiro da área da educação, o resultado tem sido o facto de a nossa influência ser reconhecida, ser sentida, o que tem permitido que as nossas perspetivas estejam a ser ouvidas.
É por esta razão que a nossa definição de educação de qualidade tem vindo a ser cada vez mais conhecida e adotada em muitas circunstâncias.
Deste modo, a campanha "unidos pela educação" constitui hoje a nossa mensagem de marca em termos de valores da Internacional da Educação, e a verdade é que a nossa mensagem e a nossa visão estão a chamar a atenção dos decisores políticos. Nós defendemos uma educação pública gratuita e o direito de todas as crianças a terem toda uma educação de alta qualidade.
"Nós não podemos nem ficaremos parados enquanto houver uma criança que tenha comprometidas as suas oportunidades de vida".
Depois, Susan Hopgood passou a centrar a atenção sobre os docentes e a sua atividade, para afirmar que os nossos educadores no terreno são os verdadeiros especialistas da educação, sendo essencial promover financiamentos adequados para garantir uma educação pública de qualidade.
Em termos de financiamento da educação, o verdadeiro único deficit é o de falta de vontade política e o objetivo de se atingir uma educação pública de qualidade para todos continua a ter progressos insuficientes, a nível mundial. A crise financeira tem servido para justificar um assalto ideológico aos direitos sindicais e aos serviços públicos. Na realidade, os mais ricos continuaram a acumular riqueza, e para todos nós ficou a obrigação de ultrapassarmos os desastrosos efeitos das políticas de austeridade.
As questões da privatização e da comercialização da educação foram depois tratados pela Presidente da IE, para afirmar solenemente que o lucro não tem lugar naquilo que nós ensinamos, na forma como as escolas estão organizadas ou nos critérios com que avaliamos.
A terminar, Susan Hopgood virou-se para as questões climáticas, para chamar a atenção para o facto de as alterações climáticas estarem a ser irreversíveis e estarem a mudar o ambiente. Estamos na altura de ajudar a proteger o ambiente, assegurando-nos de que as gerações futuras, ao olharem para trás, nos vejam com admiração e não com indignação.
A mensagem final foi mobilizadora: "Juntos vamos realizar as mudanças que são necessárias para concretizarmos a realidade que desejamos".
Reunião com a delegação da CPLP
Os trabalhos do congresso têm corrido a bom ritmo, com a delegação da FNE a desenvolver uma série de contactos com os diversos parceiros. No dia 22 teve lugar uma reunião com a delegação da CPLP de preparação de uma apresentação ao congresso. No encontro, em que participou o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva e o responsável pelo departamento internacional da FNE, Alexandre Dias foi feito o balanço das atividades da CPLP, o papel desta organização no seio da Internacional da Educação e a oportunidade de unir esforços com o objetivo de ganhar espaço dentro da IE.