A Presidente da Internacional da Educação interveio na sessão de abertura do sétimo congresso desta organização com um discurso notável em que enunciou e evidenciou os temas centrais desta reunião de 400 organizações sindicais da educação vindas de 171 países.
Susan Hopgood começou por sublinhar os sinais que são evidentes, quer da diversidade e da complexidade de uma organização com a dimensão que a IE hoje tem, para chamar a atenção para o facto de serem poucas as organizações como a IE que conseguem congregar uma tão grande diversidade de pessoas. Aproveitou para afirmar que, nestas circunstâncias, se torna essencial manter a vigilância e a força que garantam a defesa e a promoção dos valores que defendemos.
E passou então a referir que, na primeira linha, se encontra o nosso dever, como educadores e como ativistas sindicais, de realizar todos os esforços que sejam possíveis para promover e proteger os interesses da educação.
E porque a IE se tem vindo a afirmar como o maior parceiro da área da educação, o resultado tem sido o facto de a nossa influência ser reconhecida, ser sentida, o que tem permitido que as nossas perspetivas estejam a ser ouvidas.
É por esta razão que a nossa definição de educação de qualidade tem vindo a ser cada vez mais conhecida e adotada em muitas circunstâncias.
Deste modo, a campanha "unidos pela educação" constitui hoje a nossa mensagem de marca em termos de valores da Internacional da Educação, e a verdade é que a nossa mensagem e a nossa visão estão a chamar a atenção dos decisores políticos. Nós defendemos uma educação pública gratuita e o direito de todas as crianças a terem toda uma educação de alta qualidade.
"Nós não podemos nem ficaremos parados enquanto houver uma criança que tenha comprometidas as suas oportunidades de vida".
Depois, Susan Hopgood passou a centrar a atenção sobre os docentes e a sua atividade, para afirmar que os nossos educadores no terreno são os verdadeiros especialistas da educação, sendo essencial promover financiamentos adequados para garantir uma educação pública de qualidade.
![congresso ie](http://fne.pt/uploads/cms/internacional/20150723104121_2.jpg)
Em termos de financiamento da educação, o verdadeiro único deficit é o de falta de vontade política e o objetivo de se atingir uma educação pública de qualidade para todos continua a ter progressos insuficientes, a nível mundial. A crise financeira tem servido para justificar um assalto ideológico aos direitos sindicais e aos serviços públicos. Na realidade, os mais ricos continuaram a acumular riqueza, e para todos nós ficou a obrigação de ultrapassarmos os desastrosos efeitos das políticas de austeridade.
As questões da privatização e da comercialização da educação foram depois tratados pela Presidente da IE, para afirmar solenemente que o lucro não tem lugar naquilo que nós ensinamos, na forma como as escolas estão organizadas ou nos critérios com que avaliamos.
A terminar, Susan Hopgood virou-se para as questões climáticas, para chamar a atenção para o facto de as alterações climáticas estarem a ser irreversíveis e estarem a mudar o ambiente. Estamos na altura de ajudar a proteger o ambiente, assegurando-nos de que as gerações futuras, ao olharem para trás, nos vejam com admiração e não com indignação.
A mensagem final foi mobilizadora: "Juntos vamos realizar as mudanças que são necessárias para concretizarmos a realidade que desejamos".
Reunião com a delegação da CPLP
Os trabalhos do congresso têm corrido a bom ritmo, com a delegação da FNE a desenvolver uma série de contactos com os diversos parceiros. No dia 22 teve lugar uma reunião com a delegação da CPLP de preparação de uma apresentação ao congresso. No encontro, em que participou o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva e o responsável pelo departamento internacional da FNE, Alexandre Dias foi feito o balanço das atividades da CPLP, o papel desta organização no seio da Internacional da Educação e a oportunidade de unir esforços com o objetivo de ganhar espaço dentro da IE.