Os danos são fortes e duros

13-10-2014

Os danos são fortes e duros

Os danos são fortes e duros

A Federação Nacional da Educação (FNE) pede celeridade na resolução do problema e que os erros sirvam para evitar situações semelhantes no futuro. “É inaceitável que, um mês depois do início do ano letivo, ainda estejam professores a ser colocados pela primeira vez para dar resposta a uma situação que devia estar resolvida”, refere João Dias da Silva, secretário-geral da FNE, ao EDUCARE.PT. As críticas são fortes. Na sua opinião, todo este processo tem “um impacte negativo muito forte na imagem pública do sistema de ensino e das próprias condições em que o ano letivo está a começar”.

Dias da Silva fala em vítimas: os alunos que não têm professores, os professores que não têm escolas, os pais que não têm os filhos nas aulas a aprender. “Os danos são fortes e são muito duros”, comenta. O discurso não amacia. “Não há nada, neste momento, que possa apagar a nódoa irreparável, os prejuízos irreparáveis a alunos, professores, pais, como consequência da forma perfeitamente desajustada de abertura deste ano letivo.” O secretário-geral da FNE pede rapidez. “O MEC tem de ser rápido no determinar de uma solução.”

Nas primeiras colocações, a FNE tinha alertado para uma dezena de situações que, na sua opinião, “não tinham justificação”. A tutela foi alertada. “Havia um lote muito significativo de situações que não compreendíamos e que tinham de ser corrigidas.” Para Dias da Silva, o erro persiste. “O erro na forma de os professores manifestarem as suas respostas em relação aos critérios que as escolas tinham apresentado”, repara Dias da Silva, alertando para a “subjetividade” desses critérios. A FNE tem, aliás, vindo a defender que a forma mais justa de proceder às colocações dos docentes passa pela constituição de uma lista nacional de candidatos, estabelecida com base na sua graduação profissional. Dias da Silva concorda com a compensação aos professores afetados que minimize gastos monetários. “Mas não se compensa os efeitos de saberem que estão colocados numa escola e de repente lhes dizerem que têm de começar tudo de novo”, refere.