2-11-2022
Este dia de Greve Nacional demonstrou a insatisfação dos Educadores e Professores Portugueses com a ausência de medidas do Estado para com a Educação e seus profissionais, bem sublinhada pelo Orçamento de Estado (OE2023).
Este Orçamento ignora a realidade, porque não tem em linha de conta as necessidades concretas do sistema educativo para responder a uma comunidade escolar que precisa de ter recursos humanos que garantam o direito de todos os alunos terem direito às suas aulas. Mas é também um OE que ignora a realidade, pelo baixo nível de investimento que é alocado à Educação, muito inferior aos 6% recomendados pela OCDE aos seus países membros. Mais uma vez, Portugal fica bem longe de atingir aquela meta.
Os Educadores e Professores percebem muito bem que as propostas realizadas e apresentadas pela FNE junto da tutela, no sentido do reconhecimento e valorização dos docentes portugueses, não foram ouvidas nem tidas em conta pelo OE2023, que não contém medidas que reconheçam a atratividade, o rejuvenescimento, o desenvolvimento da carreira docente e condições dignas de aposentação. O OE deixou também de fora medidas para se acabar com a precariedade, a instabilidade e o envelhecimento do corpo docente.
Os Professores estão insatisfeitos e descontentes. E foi por isso que a FNE considerou que nesta data em que o Ministro da Educação está no Parlamento a apresentar o OE para a Educação, era a oportunidade adequada para que toda a insatisfação dos educadores e professores fosse manifestada.
Os níveis de adesão desta Greve são fortíssimos, com centenas de escolas de todos os níveis de ensino encerradas. Os Sindicatos da FNE responderam ao apelo dos seus sócios para que a greve demonstrasse, de forma inequívoca, o seu sentimento contra o OE2023, que se fica pela continuidade de políticas insuficientes e injustas no setor da Educação.
Amanhã (3 novembro de 2022), a FNE vai realizar uma Conferência de Imprensa de apresentação dos resultados da Consulta Nacional promovida junto de mais de 2 000 Educadores e Professores, que demonstram a avaliação que estes fazem relativamente às políticas educativas desenvolvidas por este Ministério da Educação, bem como a apreciação sobre as condições de trabalho de início do presente ano letivo. Estes resultados vão mais uma vez confirmar o alto grau de insatisfação que atravessa Educadores e Professores de todo o país.
Os docentes portugueses sabem que podem contar com a FNE na defesa daquilo que são os seus interesses, condições e perspetivas de trabalho e que não desistiremos nunca de fazer o que for necessário para que essas condições sejam ultrapassadas e resolvidas, de uma vez por todas, num caminho de valorização e dignificação da carreira docente e dos seus profissionais.
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