Federação Nacional de Educação defende aposta no combate ao insucesso escolar

24-2-2015

Federação Nacional de Educação defende aposta no combate ao insucesso escolar

Federação Nacional de Educação defende aposta no combate ao insucesso escolar

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores defendeu hoje, tal como o Conselho Nacional de Educação, a necessidade de “atacar” as razões que levam ao insucesso escolar e promover a organização do sistema educativo.

O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), David Justino, defendeu na segunda-feira que as elevadas taxas de retenção de alunos (chumbos) são “o problema mais grave do sistema educativo”, o qual quer ver na agenda dos partidos e das políticas públicas.

Em declarações hoje à agência Lusa, o secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), João Dias da Silva, disse que as “afirmações” de David Justino “coincidem com as preocupações” da federação, que tem identificado o insucesso escolar “como um dos problemas mais graves” do sistema educativo.

“Além do insucesso escolar, temos ainda o abandono escolar, que apesar de ter baixado, Portugal continua a ser um dos países da União Europeia com uma elevada taxa de insucesso”, disse.

No entender de João Dias da Silva, é preciso “atacar as razões” que levam a esse insucesso e contribuir para que a escola promova o sucesso de todos os alunos.

“A equidade no acesso ao sucesso é fundamental e deve ser garantida pelo sistema educativo público. Esta é uma responsabilidade da escola pública e significa que, da parte da organização do sistema educativo, tem de haver recursos humanos e materiais”, considerou.

João Dias da Silva defendeu igualmente uma organização da própria escola que resolva os problemas do elevado número de alunos por turma, dos apoios aos alunos com necessidades educativas especiais e pela superação de dificuldades logo que estas sejam identificadas.

“As questões do insucesso combatem-se assim que elas são identificadas, e se possível preventivamente, fazendo com que as insuficiências de base possam ser resolvidas anteriormente”, disse.

O responsável defendeu ainda a continuação do esforço na educação para a infância que, juntamente com o primeiro ciclo, é fator essencial na promoção de percursos escolares de sucesso.

Numa conferência de imprensa em que apresentou a recomendação do CNE ao Governo relativa à retenção no ensino básico e secundário, David Justino referiu a necessidade de trazer o tema para a discussão política, dizendo que deve estar na agenda dos partidos, se se quiser combater o fenómeno que envolve cerca de 150 mil alunos no sistema de ensino (público e privado), com um custo de cerca de 600 milhões de euros, se se admitir que cada aluno custa ao Estado cerca de quatro mil euros por ano.

Nas recomendações ao Governo o CNE sublinha a necessidade de dar “efetivas condições às ” que permitam criar “melhores condições de aprendizagem”, não só por uma melhor afetação de recursos humanos, como também por uma especialização em trabalho de recuperação de alunos e libertar escolas e diretores de “solicitações de cariz burocrático-administrativo”, vistas como um obstáculo a lideranças orientadas para o sucesso educativo.

O CNE recomenda ainda a reorganização dos percursos escolares, “evitando a excessiva segmentação, que favorece a retenção, dando particular atenção ao 1.º e 2.º ciclos”.

DD (IMA/AH) // JPS
Lusa/Fim