22-3-2024
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A FNE e a Associação Para a Formação e Investigação em Educação e Trabalho (AFIET) celebraram, a 21 março de 2024, o Dia Internacional da Floresta com um webinário alusivo ao tema "Floresta - desafios e oportunidades", inserido no projeto das duas organizações “Educação para o Ambiente”.
Mário de Oliveira, Investigador e Professor Adjunto da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, do Politécnico de Leiria, foi o orador convidado e José Ricardo Coelho (AFIET) assegurou a moderação.
Depois de uma breve apresentação do convidado, José Ricardo Coelho lançou o tema, com Mário de Oliveira a abrir a sua apresentação através da definição e evolução histórica da Floresta e do Dia da Árvore, a nível internacional e em Portugal.
O Professor do Politécnico de Leiria apresentou então as várias simbologias que a árvore e a floresta podem ter a níveis do sagrado, do conhecimento ou de lendas, seguindo-se a marca sobre a primeira data em que foi celebrado o Dia Mundial da Árvore: 10 de abril de 1872, no Nebraska, EUA, sendo que apenas em 1971 o dia 21 de março foi instituído como Dia Mundial da Árvore.
A nível nacional a primeira celebração deste dia deu-se a 26 maio de 1907, na altura como "Festa da Árvore", feita por crianças e proibida a católicos, sendo que a partir de 1908 e até 1912 foi dinamizado o dia em todas as escolas com o Jornal "O Século Agrícola" a liderar as comemorações.
Entre 1918 e 1969 as comemorações foram interrompidas. Depois em 1970 comemorou-se o ano Europeu da Conservação da Natureza e a Liga para a Proteção da Natureza sensibilizaram o poder político para integrar nessas comemorações a celebração do Dia da Árvore. É então que desde 1974 comemoramos anualmente esse dia, designado oficialmente por Dia Mundial da Árvore / Dia Internacional das Florestas.
As várias árvores e grupos florestais que compõem os campos do nosso país foram o ponto seguinte apresentado por Mário de Oliveira, sublinhando ainda alguns casos específicos da zona de Leiria, que sofrem pela falta de limpeza e manutenção, mas nas águas (rios, ribeiras).
Em seguida falou-se da evolução da área de floresta em Portugal que entre 1860 e 2020 viveu um crescendo, tal como os eucaliptais. Em sentido contrário verificamos que os pinhais foram decrescendo. Mário de Oliveira trouxe depois à conversa a importância da floresta, lembrando que "uma árvore é um apartamento para dezenas de espécies", detalhando depois alguns serviços do ecossistema da floresta, tais como o suporte, a provisão, a regulação e as questões culturais e de recreio.
As agressões à floresta são em grande caso económicas, mas passam também, segundo Mário de Oliveira, pela eucaliptização, pela desflorestação, pela introdução de espécies exóticas e invasoras ou pela instalação de centrais fotovoltaicas e de centrais de biomassa, além, obviamente, dos incêndios. Anualmente 14M de campos de hectares de floresta são perdidos por desflorestação e 70M por incêndios.
Em termos de desafios é necessário mais e melhor investigação, certificação florestal, controlo e erradicação de espécies invasoras, mais e melhor sensibilização e educação ambiental, além do cumprimento dos ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
José Ricardo Coelho lançou depois algumas questões que passaram em grande parte pela forma como está a decorrer a recuperação do Pinhal de Leiria, pós-incêndio de outubro de 2017. Mário de Oliveira assumiu que as pessoas da zona têm muita vontade de ajudar, que o incêndio teve um efeito de despertar muitas mentes para a importância do Pinhal, mas que ainda é preciso sensibilizar as pessoas para a questão da replantação.
Isto porque em muitos locais foram plantadas árvores quando era mais fácil deixar regenerar algumas das sementes que ainda restavam e retirar as espécies invasoras. A terminar, lembrou que, normalmente, quando há grandes incêndios existem picos de produção legislativa relacionada com os incêndios florestais, mas que a sua aplicação é muito reduzida.
A AFIET, a FNE e todos os seus Sindicatos filiados associaram-se a esta data e à proteção da floresta portuguesa, enquanto património natural, económico e cultural, que importa preservar, plantando no presente aquilo que podemos colher de bom no futuro.
Plante uma árvore, garanta o seu e o nosso futuro - o futuro do nosso planeta.
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