Dia do Trabalhador Não Docente - Pelo Emprego Digno e Educação de Qualidade

23-11-2014

Dia do Trabalhador Não Docente - Pelo Emprego Digno e Educação de Qualidade

Dia do Trabalhador Não Docente
Pelo Emprego Digno e Educação de Qualidade

dntnd14O Auditório da Junta de Freguesia de Paranhos foi palco da sessão comemorativa do Dia do Trabalhador Não Docente, que este ano contou com a participação de diversas personalidades ligadas ao ensino e ao movimento sindical. Sob o lema Trabalhadores Não Docentes como Atores na Escola: Imagens, Interações e Carreiras diversos convidados deram o seu contributo em torno da importância do papel dos trabalhadores não docentes nas escolas e da valorização e dignificação das carreiras.

O dia de trabalho e reflexão iniciou-se com uma intervenção do secretário-geral da FNE que aludiu à importância destesdntnd14_3 trabalhadores no sucesso do nosso sistema educativo.” São muito grandes as responsabilidades que temos para garantir uma escola onde todos os alunos têm direito a estar e a realizar nela percursos educativos de sucesso”, afirmou. 

João Dias da Silva recordou também as conquistas recentes, em concreto, o CCT celebrado em julho passado com a AEEP, onde foi possível estabelecer o conteúdo funcional de cada categoria e a mais significativa valorização salarial destes trabalhadores nos últimos anos. O secretário-geral da FNE alertou também para os desafios futuros que os sindicatos enfrentam.

 

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Trabalhadores não docentes: olhares sobre a escola e a profissão
 

O primeiro painel do seminário promoveu um olhar sobre a escola e a profissão, onde foram apresentados os resultados de um estudo recente, que se debruça sobre os motivos de satisfação/insatisfação dos trabalhadores não docentes no desempenho das suas funções e o clima de escola.

dntnd14_5Manuela Teixeira, na qualidade de vice-presidente do Instituto Superior de Educação e Trabalho (ISET) revelou que os resultados do inquérito apontam a autorrealização como o principal motivo de satisfação destes trabalhadores no desempenho das suas funções nas escolas. Curiosamente, os resultados do inquérito vão no sentido inverso quando estes trabalhadores são questionados sobre os motivos de insatisfação. A frustração profissional é apontada também como o principal motivo de insatisfação. 

No capítulo do clima da escola o inquérito veio revelar que a escola goza de um excelente clima, principalmente quando falamos das relações entre alunos e trabalhadores não docentes. Mais de 90% dos inquiridos afirmaram que têm boas relações com os alunos. O mesmo não acontece quando questionados sobre as relações com as direções das escolas. Aqui, os inquiridos mostram alguma insatisfação nas relações diárias com as hierarquias. O estudo revela também que há uma insatisfação notável destes profissionais sobre a avaliação. 

Paula Borges, do ISET prossegui neste painel para apresentar os resultados deste inquérito, mas desta vez versando sobre os conflitos nas escolas. Curiosamente, e contrariamente ao senso comum sobre esta matéria, os inquiridos revelaram, na sua maioria, que na escola raramente há conflitos. E, quando questionados sobre as fontes de conflitos, a grande maioria apontam a avaliação de desempenho com fator gerador de conflitos.

 


A Carreira dos Trabalhadores Não Docentes das Escolas e o Papel do Movimento Sindical

dntnd14_6O tema das Carreiras esteve em debate já durante a tarde quando foi introduzido o 2º painel do seminário. Coube a Luís de Melo, do ISET recordar os esforços de negociação que determinaram a adoção de um regime jurídico para a carreira dos trabalhadores não docentes. Depois de recordar os momentos mais importantes de negociação, Luís de Melo rematou dizendo” Temos de voltar a refletir sobre qual deve ser o papel destes trabalhadores nas nossas escolas”.

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João Ramalho, presidente do STAAEZona centro prosseguiu no tema, com uma intervenção sobre o caminho da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas. Seguiu-se uma explanação sobre o percurso do enquadramento legal da carreira destes trabalhadores das escolas.

dntnd14_8Os momentos de debate e reflexão terminaram com a introdução de um 3º painel dedicado à Formação, Convivência Escolar e Stress Ocupacional com intervenções de três especialistas do ISET. As comunicações estiveram a cargo de Lúcia Miranda, Ana Rodrigues e Tânia Pires, que apresentaram um conjunto de dados muito interessantes, nomeadamente sobre o impacto da formação no desenvolvimento da carreira destes trabalhadores e o stress ocupacional nos não docentes, com apresentação de relatos obtidos a partir de inquéritos e entrevistas.
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As comemorações do Dia do Trabalhador Não Docente encerraram ao final da tarde com a intervenção do presidente da FNE, Jorge Santos que valorizou o trabalho dos trabalhadores não docentes. “ A escola não vive sem estes profissionais”, afirmou o presidente da FNE. Em seguida o dirigente alertou para a necessidade de investir na formação, dignificação e valorização destes trabalhadores, garantindo que a FNE irá continuar a bater-se por este desígnio.

dntnd14_10Carlos Guimarães, vice-secretário geral da FNE fechou os trabalhos congratulando-se pela elevada qualidade das intervenções no seminário. O presidente do STAAE Zona Norte elencou depois os vários constrangimentos que os trabalhadores não docentes enfrentam, entre eles, a ameaça da requalificação. Numa perspetiva de futuro o vice-secretário geral da FNE deu conta da evolução positiva que estes profissionais conheceram como atores das escolas portuguesas. “ Os técnicos de educação têm de continuar a ser atores nos processos de mudanças nas nossas escolas. Têm de continuar a ser mais do que atores, têm de ser atores e protagonistas dessa mudança, e não apenas espetadores passivos à espera que as coisas aconteçam ou que não piorem”, afirmou.

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Vídeos (FNE.tv - Dia Nacional do Trabalhador Não Docente - 22 de novembro)