Conferência do CSEE 2016, em Belgrado: Não há solução sem Educação

6-12-2016

Conferência do CSEE 2016, em Belgrado: Não há solução sem Educação
O segundo dia de trabalhos da Conferência do CSEE 2016 começou com um momento de silêncio em memória dos sindicalistas europeus da educação já falecidos e com umas breves palavras de boas vindas dadas pelo Ministro da Educação sérvio e pela presidente do sindicato de professores da Sérvia.

A australiana Susan Hopgood, Presidente da Internacional da Educação (IE), lembrou a importância dos valores da Educação na Democracia, na Igualdade de Direitos e da Paz do mundo, frisando que o território sérvio foi durante séculos um espaço de grandes convulsões. "Ser professor é um propósito moral e a Educação é um fator de conquistas em prol de uma sociedade melhor e mais justa", acentuou. Susan enfatizou alguns dos grandes temas que vão estar em discussão na Conferência: Integração dos Emigrantes, Comércio, TIC e Privatização da Educação. Para esta renomada sindicalista mundial "a Educação não é a única solução, mas não há solução sem a Educação".

Por seu lado, Montserrat Mir, Secretária Confederal da CES (Confederação Europeia de Sindicatos) discursou sobre a influência da crise na Europa e sobre a relevância da luta sindical pelos valores sociais europeus, sublinhando o crucial papel dos professores neste campo. O diálogo social foi igualmente evocado como a grande fonte de melhores condições de vida, de desenvolvimento profissional e de carreira dos professores e da sociedade em geral.

Christine Blower, Presidente do CSEE, realçou que ainda não houve uma saída definitiva da austeridade europeia e que a Educação está, em consequência, ainda a pagar um preço muito elevado em termos de financiamento, condições de trabalho dos professores e profissionais da educação, desenvolvimento profissional contínuo da carreira, qualidade das escolas, ou políticas de inclusão e de equidade. Daí o tema geral desta conferência ser exatamente o de "Fortalecer os Sindicatos da Educação como Chave para a Promoção de uma Educação de Qualidade".

Depois da aprovação das propostas de alteração às resoluções da Conferência, Martin Rømer, a terminar o seu mandato como Diretor do CSEE no final deste ano, dirigiu-se aos participantes lembrando as grandes lutas que travou e enumerando os maiores desafios da Educação do presente e do futuro, um dos quais o da utilização das novas tecnologias, que "tanto podem ser nossas amigas, como grandes inimigas", como é o caso do seu uso para fins de propaganda ou de populismo.

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No início da tarde, Susan Flocken, nova diretora do CSEE a partir de janeiro de 2017, apresentou uma proposta de programa de atividades do Comité europeu até 2020, cuja implementação segue cinco prioridades estabelecidas pela IE no seu 7º Congresso de Otava, Canadá, em 2015. Palavras especiais de solidariedade foram endereçadas aos professores turcos e de outros países afetados pela falta de liberdade de expressão, pela repressão, pela violência e pela não existência de um verdadeiro diálogo social, de onde emanam os valores sociais que permitem a construção de sociedades inclusivas.

Odile Cordelier, vice-presidente do CSEE, apresentou para adoção o documento de orientação política sobre "A Profissão Docente no Século XXI e a Utilização das TIC", em cujo grupo de redação a FNE participou ativamente, através de Alexandre Dias, a quem coube hoje a defesa da moção no plenário da conferência.

Foram ainda aprovadas as moções sobre a Promoção de igualdades dentro da educação e dos seus sindicatos, Sindicatos da educação e a situação dos refugiados na Europa e Fortalecer o estatuto e reconhecimento do ensino no ensino superior.