Greve dos professores do EPE justificou-se

A greve dos professores do Ensino de Português no Estrangeiro (EPE), que teve lugar no passado dia 23 de maio, revelou-se inevitável e justificada, uma vez que os aumentos salariais obtidos a partir da introdução de um mecanismo de correção cambial, medida aprovada em Conselho de Ministros a 14 de maio, revelou-se claramente insuficiente.

Na realidade estes professores, em particular na Suíça, após dedução fiscal e o câmbio em francos suíços irão receber, em média, cerca de 350 francos que, a juntar aos atuais vencimentos, se situam num total líquido que rondará os 3200 francos mensais, vencimento manifestamente insuficiente e que corresponde a menos de 50% do vencimento de um professor suíço, em início de carreira.

Constata-se uma situação gritante na Suíça, com os professores a ter um salário igual ao que tinham há mais de trinta anos, mas os salários dos professores do EPE são inadequados em todos os países.

Por estes motivos, e porque o mecanismo de correção cambial introduzido recentemente revela-se manifestamente insuficiente, a FNE continua a exigir uma alteração legislativa que permita diminuir o impacto financeiro negativo que os professores do EPE estão a enfrentar.