9-5-2019
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O secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE) acusou esta quinta-feira o Governo de ter desconsiderado as organizações sindicais do sector, “destratando-as e não as reconhecendo com direito à informação” ou “com capacidade para apresentar propostas”.
João Dias da Silva fez este reparo numa conferência de imprensa, em Lisboa, durante a apresentação de um manifesto com 15 propostas para a Europa. Questionado sobre o actual clima de tensão entre sindicatos de professores e Governo, o dirigente da FNE respondeu que “aquilo que o Governo particularmente fez, ao longo de toda a legislatura, foi desconsiderar as organizações sindicais, destratando-as e não as reconhecendo com direito à informação e com capacidade de apresentar propostas que possam ser debatidas”.
João Dias da Silva disse que o Governo “nunca disponibilizou uma informação concreta sobre os números”, que contribuísse e permitisse entender a construção e a definição dos “números fantásticos que foi apresentando, ao longo do tempo, para pressionar a opinião pública contra os professores”.
O dirigente da FNE acusou o executivo de “guardar para si informação com que baseou as suas tomadas de posição em todo o processo negocial”, ao mesmo tempo que recusava analisar e discutir as propostas apresentadas pelas organizações sindicais “Limitou-se a colocar uma posição: ou aceitam a nossa proposta que só contabiliza uma parcela do tempo que esteve congelado ou então não há debate”, criticou.
O rol de 15 propostas esta quinta-feira avançadas pela FNE é encabeçado pela garantia de “adequado investimento nos sistemas de educação e formação, com financiamento público”. Preconiza que a “autonomia das instituições de ensino superior deve ser aprofundada e deve ser promovida uma cultura inclusiva nas instituições de ensino superior, onde os docentes e outros funcionários devem ter oportunidades genuínas de influenciar a tomada de decisões”.
Durante a apresentação do manifesto, o dirigente da FNE apelou ainda a uma mobilização das pessoas para que votem nas eleições europeias de 26 de Maio, em defesa dos valores da educação e revertendo o aumento crescente da abstenção.
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