A FNE apresentou esta manhã, em Lisboa, em conferência de imprensa, a proposta para a criação de carreiras especiais para os trabalhadores não docentes das nossas escolas. É nosso objetivo alertar para a situação precária em que ainda se encontram muitos trabalhadores, valorizar estes profissionais e contribuir decisivamente para a dignificação das suas tarefas.
Os alunos e as famílias esperam mais, têm direito a mais das nossas escolas básicas e secundárias.
As exigências que se colocam ao desenvolvimento das sociedades europeias contemporâneas obrigam a que a escolas tenham de estar preparadas para enfrentar novos desafios - as tecnologias de informação e comunicação, a burocracia eletrónica, as redes sociais, os vários modelos de estrutura familiar, os estilos de vida e o equilíbrio físico e emocional, a competitividade e a mobilidade profissional, a aprendizagem ao longo da vida, a agressividade e a violência, as migrações, e muitos outros.
Novos desafios implicam novas escolhas.
E as escolhas da FNE são claras. Escolhemos escolas adequadas ao século XXI.
Não queremos escolas cuja estrutura organizativa seja, no essencial, igual à que existia em meados do século passado, herdada do tempo dos nossos avós.
Um tal modelo de governação representa um risco demasiado elevado para a saúde das escolas atuais, que têm muitas centenas de alunos e profissionais de educação e orçamentos de milhares de euros.
As nossas escolas devem ir ao encontro daquilo que delas esperam os alunos e as famílias: escolas organizadas, autónomas, integradas nas comunidades, bem equipadas e dotadas de profissionais de educação habilitados e motivados.
Profissionais de educação não são apenas os docentes, são também os profissionais de outras áreas imprescindíveis para a boa execução dos projetos educativos das escolas.
Defendemos assim que a escola possa contar com um corpo de profissionais de educação especializados, capazes de dar resposta às inúmeras solicitações que, todos os dias, o mundo moderno coloca.
É por isso que a FNE pretende a valorização da escola pública através da criação de carreiras especiais para os profissionais de educação não docentes:
• técnico superior de educação, nas áreas funcionais de psicologia, apoio socioeducativo, gestão e administração escolar;
• assistente técnico de educação, na área funcional de administração escolar;
• assistente operacional de educação, nas áreas funcionais de laboratórios e oficinas, ação educativa, bibliotecas e documentação, educação especial.
O enquadramento legal já existe, as posições remuneratórias estão definidas, os encargos financeiros são contidos e os profissionais de educação estão disponíveis.
A criação de carreiras especiais de modo a dignificar as profissões não docentes constitui uma oportunidade que não pode ser desbaratada, a bem da escola pública e dos alunos e das famílias.
» Vídeo da conferência de imprensa