Sindicatos de todo o Mundo discutem o futuro da educação em tempo de crise

19-10-2012

Sindicatos de todo o Mundo discutem o futuro da educação em tempo de crise

Decorre nos dias 18 e 19, em Bruxelas, um seminário organizado pela Internacional da Educação e que tem por tema "A educação em crise".

Mais de 100 dirigentes sindicais de 39 países estão a participar nesta iniciativa.
Na sessão de abertura, no primeiro dia, e depois da intervenção de boas vindas da presidente da Internacional da Educação, Susan Hopgood, falou Deborah Meier, que incidiu a sua comunicação sobre a exigência de uma educação democrática, não apenas aocartaz 2 nível do acesso de todos à educação, mas também ao nível de uma organização democrática da escola. Mas refletiu também sobre o espaço que a escola deve abrir à criatividade, dinamizando atitudes críticas em relação aos saberes já formulados, proporcionando dessa forma mais e novos saberes, e combatendo uma ideia de escola que é apenas repetitiva e preocupada em responder ao mercado.
O debate com que terminou esta sessão centrou-se sobre a oportunidade que esta situação de crise deve representar para a educação entendida globalmente, mas também para os próprios sindicatos de professores.
Ainda no primeiro dia, realizaram-se duas sessões em painel.
No primeiro, dedicado ao financiamento da educação, a moderação coube a Dennis Van Roekel (NEA - National Education Association - Estados Unidos) e intervieram, à partida, Peter Waldorf (secretário geral da Internacional dos Serviços Públicos), David Robinson (diretor geral da Associação Canadiana de professores e professores universitários), Sharan Burrow (secretária geral da Confederação Sindical Internacional), e Jim Baker (Coordenador do Conselho das "Global Unions"). As intervenções puseram em destaque os efeitos devastadores de políticas cegas que se limitam a impor a austeridade pela austeridade, sem respeito pelas pessoas. O drama da dimensão inaceitável do desemprego foi sublinhado por todos os oradores, renovando a esperança nas pessoas. A questão de determinar a forma de sair da situação atual encontrou a afirmação de qcartaz 1ue o investimento em educação não pode ser posto em causa e que a intervenção ao nível da política fiscal se torna essencial, nomeadamente obtendo o fim dos paraísos fiscais.
O segundo painel do primeiro dia foi constituído por Roland Schneider (TUAC), que moderou, Martin Rømer (secretário geral do Comité Sindical Europeu da Educação), Angelo Gavrielatus (presidente federal do Sindicato Nacional da Educação da Austrália), Stella Maldonado (secretária geral da Confederação Argentina dos Trabalhadores da Educação), e Janka Takeva (presidente do Sindicato dos Professores Búlgaros). O tema desta sessão foi a análise de estratégias para sair da crise e de políticas para o crescimento económico futuro. Foi particularmente sublinhado que o próprio FMI acaba de verificar que falharam as políticas de austeridade que até agora foram utilizadas. Deste modo, torna-se essencial a aposta na mudança das políticas. Esta sessão afoi ainda particularmente significativa pelos exemplos de ações concretas desenvolvidas pelos sindicatos na luta contra os efeitos da crise na educação, com destaque para a campanha que foi conduzida na Austrália pelo restabelecimento de financiamentos suficientes para respostas educativas de qualidade nas escolas públicas.