29-10-2019
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A Federação Nacional da Educação (FNE) reclama alterações nas regras de atribuição de horários dos professores ainda para este ano letivo. Já o STOP, sindicato de todos os professores, reivindica também um subsídio de alojamento e deslocação.
Quase dois meses depois, milhares de alunos continuam sem aulas. Esta manhã a TSF noticia que, no Algarve, a falta de professores é generalizada , e afeta muito em particular o concelho de Alcoutim. Há docentes que foram colocados a muitos quilómetros de casa e que têm recusado os horários que lhes foram atribuídos, por não terem meio de pagar renda de uma segunda habitação.
João Dias da Silva, da FNE, já pediu uma reunião urgente com o ministro da Educação para sugerir a alteração das regras de atribuição de horários e de pagamentos.
O STOP, sindicato de todos os professores, estima que haverá ainda no país perto de 50 mil alunos sem aulas a uma ou mais disciplinas, por falta de docentes.
André Pestana, ouvido pela TSF, garante que o problema afeta cerca de duas mil turmas, e a origem do problema está nos baixos rendimentos dos profissionais que têm de se deslocar e trabalhar longe da residência. "Tem de haver uma valorização de quem trabalha na escola pública para poder compensar essas deslocações. E, como acontece com outros funcionários públicos, como os magistrados e deputados, deve haver um subsídio para alojamento, para além do salário, e de deslocações, para colmatar esse prejuízo de estar a 200 ou 300 quilómetros de distância", assevera o representante do STOP.
O secretário-geral da Federação Nacional da Educação, João Dias da Silva, concorda: "Há lógicas de atribuição de horários e lógicas de remuneração que fazem com que possa ser mais atrativo para o professor aceitar uma colocação e procurar encontrar o apartamento que seja compatível com o ordenado que recebe. Mas isto tem que ver com o tipo de horário que é atribuído e com a remuneração que é atribuída."
O porta-voz da FNE acredita mesmo que "serão necessárias medidas legislativas urgentes que possam ter efeito neste ano letivo".
João Dias da Silva conta ainda que, "recentemente em Évora, um colega nosso não conseguiu arranjar lugar, e recusou a colocação, precisamente porque não tinha possibilidade de arranjar habitação a um preço compatível".
Na capital, há também problemas dignos de nota, segundo conta o líder da Federação Nacional da Educação. "Em Lisboa também encontramos várias situações de pessoas que não têm condições para, tendo em conta aquilo que é o resultado do trabalho que vão receber com o horário que já é atribuído, pagar o aluguer, que tem preços muito elevados", aponta.
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