Tempos estranhos

29-11-2023

Tempos estranhos

Vivemos tempos estranhos. Tempos em que a consciência não pesa pela culpa e tão pouco sobre o que é correto. Tempos em que quem tem valor é desvalorizado e em que deturpar valores passou a ser norma. Tempos em que os governantes não dão o seu melhor e vivem de promessas e palavras ocas. Tempos em que tudo é propaganda e nada é convicção.

Num mundo cada vez mais individualista, parece que cada um está focado em si mesmo e nos seus próprios interesses. O coletivo é deixado de lado e o que importa é o que cada um pode obter. Isto leva a uma sociedade cada vez mais egoísta, gananciosa, corrupta e desumana.

Nestes tempos estranhos, a ética e a moral são relativizadas. A guerra e as agressões são normalizadas. Os direitos essenciais são postos em causa e o que era considerado inaceitável, hoje é aceite como normal.

Muitas pessoas vivem no virtual, sem se preocupar com as consequências dos seus atos, seguindo simplesmente o fluxo das redes sociais e das primeiras páginas, sem questionar nada. Gera-se uma sociedade cada vez mais acomodada e ignorante, que simplesmente abdicou do seu sentido crítico fundamentado. Isto tem de ser combatido!

Nestes tempos estranhos, o futuro é incerto. Não sabemos o que nos espera. Mas uma coisa é certa: precisamos mudar. Precisamos encontrar um caminho para um país e um mundo melhor, mais justo e mais humano, onde a educação seja valorizada e assumida como prioridade.

Para isso, precisamos redescobrir a nossa consciência. Precisamos diferenciar o certo do errado. Precisamos valorizar os valores morais e éticos. Precisamos comprometer-nos com o coletivo. Precisamos dar o nosso melhor. Precisamos ter convicção e agir.

Não será fácil. Mas é possível. Precisamos começar por nós mesmos. Precisamos mudar as nossas atitudes e os nossos comportamentos. Precisamos ser agentes de mudança e construtores de um futuro melhor.

Se cada um fizer a sua parte, podemos construir um futuro melhor para todos!

Juntos, podemos agir para mudar estes tempos estranhos: educando os nossos alunos sobre os valores morais e éticos; sendo exemplos de comportamento ético e moral; participando na vida pública e exigindo mais dos representantes políticos; apoiando as organizações que trabalham para a promoção da educação, justiça social e da defesa do ambiente.

É hora de agir. Não podemos ficar parados, esperando que as coisas mudem por si só. Precisamos fazer a nossa parte para voltarmos a ter tempos menos estranhos...


Pedro Barreiros
Secretário-Geral da FNE


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