LUSA | FNE saúda reforço de técnicos especializados, mas pede melhores condições

24-9-2025

LUSA | FNE saúda reforço de técnicos especializados, mas pede melhores condições

Lisboa, 24 set 2025 (Lusa) – O secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE) saudou hoje a revisão do rácio que permitirá duplicar o número de psicólogos nas escolas, mas pediu melhores condições para os técnicos especializados.

“Se nada for feito, arriscamos a somar a este problema que estamos a atravessar da falta de professores, um novo problema que é a falta de técnicos especializados para outras funções”, disse Pedro Barreiros, em declarações à Lusa no final de uma reunião com o chefe de gabinete do Ministério da Educação, Ciência e Inovação.

Depois de, em agosto, o Governo ter autorizado vinculação aos quadros das escolas de 1.406 técnicos especializados, dos quais 830 psicólogos, a tutela adiantou hoje à FNE que o concurso será realizado em breve.

De acordo com o dirigente sindical, após o concurso as escolas passarão a contar com cerca do dobro de psicólogos, uma vez que o rácio médio será de um psicólogo por cada 711 alunos, em vez dos atuais 1.472 alunos.

Dessa forma, todas as escolas terão pelo menos um psicólogo.

A FNE alerta, no entanto, que as condições dos técnicos especializados devem melhorar, sob pena de também neste caso faltarem profissionais para responder às necessidades.

“O Ministério da Educação vai ter de melhorar as condições salariais destes trabalhadores, as condições do seu desenvolvimento da carreira”, defendeu Pedro Barreiros, sublinhando, por outro lado, a necessidade de rever a portaria de rácios dos assistentes operacionais.

Em contrapartida, o secretário-geral da FNE lamentou que os mediadores linguísticos e culturais contratados no ano letivo passado não tenham sido reconduzidos, obrigando a escolas a iniciar novos processos de recrutamento.

“Corremos o risco de entrarem agora nas escolas novos trabalhadores que desconhecem aquele contexto, desconhecem aquela realidade, desconhecem o problema daquelas crianças e daqueles jovens”, criticou, acrescentando que milhares de alunos estrangeiros iniciaram o ano letivo sem aquele apoio.

Durante a reunião com António Cunha, a FNE entregou ainda um ofício sobre o reposicionamento na carreira na sequência da recuperação do tempo de serviço, em que defende que “a obrigação de permanência de um ano no escalão de reposicionamento não está em conformidade com as normas legais em vigor”.

 

MCA // JMR

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