O 5 de outubro, Dia Mundial do Professor, foi celebrado em Lisboa, por milhares de docentes e educadores, vindos de todo o país, que participaram no desfile que encheu, de tarde, a Avenida da Liberdade e o Rossio, naquele que foi mais um claro sinal de força, mas também de insatisfação e de luta dos professores portugueses pela valorização e rejuvenescimento da sua profissão, mote este ano atribuído pela Internacional da Educação.
As mensagens dos docentes e educadores, neste dia comemorado pelos sindicatos da educação em todo o mundo, passaram pela exigência do cumprimento da lei e contabilização total dos 9 anos, 4 meses e 2 dias de tempo de serviço, além de outras matérias de extrema relevância como a dos
Professores Jovens: Futuro da Profissão, uma digna aposentação, a determinação clara do que é a componente letiva e não letiva, os horários e o fim da precariedade no setor.
O Secretário-Geral da FNE, João Dias da Silva, no discurso de saudação realizado perante um Rossio repleto, começou por sublinhar que "Estamos aqui hoje, neste Dia Mundial do Professor, para afirmar a necessidade de os professores e educadores portugueses serem prestigiados, reconhecidos e valorizados. Porque sabemos que só se os educadores e professores forem reconhecidos é que estaremos a promover uma escola melhor", acrescentando ainda que "uma declaração conjunta dos Diretores Gerais da OIT, da UNESCO e da UNICEF, afirma que esta data deve servir para comemorar a experiência, a energia e a paixão dos professores, que são a pedra angular dos sistemas educativos do futuro".
Os professores saíram à rua para denunciar a falta de justiça e de respeito, com João Dias da Silva a lembrar que "os professores também são centrais para a regeneração da própria profissão. Sem uma nova geração de professores motivados, milhões de alunos perderão ou continuarão a perder o seu direito a uma Educação de Qualidade. Com professores mal remunerados e subvalorizados, atrair e reter talentos é um desafio. Acima de tudo, celebramos o trabalho de todos os professores que continuam a esforçar-se todos os dias para garantir que uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e a promoção de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos se tornem uma realidade. Uma escola melhor depende de todos nós que aqui estamos. Nós somos a escola. Nós construímos a escola", sublinhou.
A fechar, João Dias da Silva reforçou que "A valorização dos educadores e professores inclui o respeito por todos e cada um de nós; inclui a determinação de condições de trabalho nas escolas, inclui limites ao tempo de trabalho que nos é exigido, inclui o direito a uma aposentação vivida com dignidade, inclui estabilidade e segurança na profissão. Só assim teremos a garantia de uma escola de qualidade. O que está aqui em causa e o que nos mobiliza é a nossa profissão".
O Secretário-Geral da UGT, Carlos Silva, vários membros do Secretariado Executivo da UGT, e o Secretário-Geral da FESAP, José Abraão, marcaram presença no desfile, em solidariedade com todos os educadores e professores portugueses.
O Dia Mundial do Professor celebrou os profissionais da Educação que todos os dias demonstram nas escolas de Portugal com o seu trabalho que merecem ser respeitados e prestigiados. Que não perdoam mentiras, hipocrisias nem desconsiderações. Os educadores e professores portugueses cumprem com empenho e dedicação o que são os seus deveres. Aquilo que este desfile reforçou foi o pedido que quem de direito não deixe de cumprir as suas responsabilidades e que os docentes portugueses estão disponíveis para as lutas que forem necessárias, para garantir que lhes seja reconhecido o que é seu de direito e de justiça. E, quanto a isto, ficou dado mais um sinal de que não vão desistir.
Todos os educadores e professores portugueses aprovaram por unanimidade uma resolução, onde reafirmam total disponibilidade para participarem empenhadamente em todos os processos negociais que permitam encontrar as soluções mais adequadas para a valorização de todos os docentes, e, se necessário, para continuarem a lutar por estes objetivos. Decidem então, como sinal da sua disponibilidade, entregar esta moção aos Partidos que obtenham representação parlamentar nas eleições legislativas de 6 de outubro de 2019 e ao Governo que delas venha a ser constituído.
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