6-5-2019
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Na sua passagem por Bragança, João Dias da Silva destaca que os números apresentados pelo primeiro-ministro não são verdadeiros. António Costa falou em 635 milhões de euros para a recuperação integral do tempo de serviço congelado – de nove anos, quatro meses e dois dias, mas a FNE estima que o valor seja de 300 milhões. “Uma barragem de desinformação, com dados que são errados, que não correspondem à verdade, com o sobressalto aos portugueses, sobre a dimensão do que seria a recuperação do tempo de serviço dos professores, com milhões e milhões todos os dias atirados à cabeça dos portugueses como se essa fosse a verdade. Não é porque uma mentira é repetida muitas vezes que passa a ser verdadeira. A dimensão do impacto da recuperação integral do tempo de serviço não é a que o Governo tem anunciado e não tem apresentado as contas que suportam os números que apresenta”.
O secretário-geral da federação nacional de Educação (FNE) esteve em Bragança este sábado, no âmbito dos 45 anos do nascimento do Sindicato dos Professores da Zona Norte. João Dias da Silva afirmou ainda que os professores também têm direito à recuperação integral do tempo de serviço como aconteceu às 17 carreiras gerais. “O que nós consideramos inaceitável é que este debate político esteja envenenado pela mentira da dimensão dos encargos para o Orçamento do Estado (OE), daquilo que, é de direito e de justiça, a recuperação integral do tempo de serviço dos professores. Temos todos de fazer um esforço junto das pessoas para as esclarecer e para lhes dizer que os números não são verdadeiros e não é esta a dimensão e os professores tem que ser valorizados pelo trabalho que realizaram. Tal como aconteceu aos trabalhadores das carreiras gerais, que viram contabilizado todo o tempo de serviço que esteve congelado. Os professores não são menos que os outros trabalhadores”.
Outro aspecto importante para o líder da FNE é a questão das aposentações. “Era preciso que o Governo tivesse em linha de conta, quando faz as contas e quando quer falar seriamente sobre este problema, o número de aposentações que vai haver até 2023. Eu só posso medir o impacto disto em 2023 tendo em linha de conta aqueles que saem. Se somo números imaginários, de professores que continuassem no activo até 2023, mesmo ultrapassando a idade de aposentação, mesmo não morrendo. São tudo projecções irrealistas”, afirmou João Dias da Silva.
Agora a FNE aguarda com expectativa a evolução da votação em plenário que poderá acontecer no próximo dia 10 ou dia 15.
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