Dia da Terra: vamos salvar o planeta com educação

22-4-2025

Dia da Terra: vamos salvar o planeta com educação

Neste dia 22 de abril de 2025, Dia da Terra, a FNE e a AFIET juntam-se à Educação Internacional (IE) numa mobilização global por uma educação climática de qualidade para todos, pela justiça climática e por uma transição justa para uma economia verde, que garanta os direitos humanos e a participação inclusiva.

Educadores, professores, ativistas e cidadãos estão em todo o mundo a defender as pessoas e o planeta, apelando aos seus governos para que assegurem uma Educação de qualidade sobre o clima para todos, com sistemas educativos sustentáveis e resilientes, com Justiça Climática, para uma Transição Justa para uma economia verde.

Não se acreditem em tudo o que ouvem sobre as alterações climáticas. Os negacionistas das alterações climáticas, a indústria dos combustíveis fósseis, os políticos e muitos outros grupos que lucram com a poluição do planeta estão a espalhar mentiras para fazer acreditar que as alterações climáticas não estão a acontecer ou que não são perigosas.

A mensagem é simples: incentivem os vossos seguidores nas redes sociais a assinarem o Manifesto da IE sobre Educação Climática de Qualidade para todos em https://eiie.io/ClimateManifesto.

A FNE e a AFIET pedem que todos leiam e sigam este kit de sobrevivência para a desinformação sobre o clima da IE, que ajuda a distinguir factos de ficções.

Informação enganosa versus desinformação:

Informação enganosa:

O que não falta é Informação falsa ou incorreta divulgada sem intenção de enganar. Um exemplo: “Recicle todos os dias e acabará com as alterações climáticas”. Na verdade, a reciclagem ajuda a reduzir os resíduos, mas não vai acabar com as alterações climáticas. A indústria é a principal causa das alterações climáticas, assim como o sistema que deve ser reformado para travar a emergência climática.

Desinformação:

Criação e difusão intencionais de informações falsas para enganar ou manipular. Exemplo: “Ensinar as crianças sobre as alterações climáticas na escola é desnecessário”. A educação climática dota os jovens de todas as idades de competências essenciais para a mitigação, adaptação e futuros empregos verdes. A educação prepara-os para os desafios que irão enfrentar em suas vidas.

Como é que a desinformação sobre o clima funciona online?

Passo 1: Alguém publica uma afirmação enganosa que provoca medo, indignação ou curiosidade.

Passo 2: As pessoas comentam e partilham rapidamente sem verificar os factos.

Passo 3: Quando muitas pessoas se envolvem com a publicação, os algoritmos das redes sociais mostram-na a um número ainda maior de pessoas. O objetivo é manter os utilizadores na plataforma para que vejam os anúncios que dão lucro à plataforma.

Tácticas comuns utilizadas para difundir a desinformação incluem:

Dados seletivos: Utilização seletiva de dados para enganar o público sobre as tendências da ciência do clima.

Falsos especialistas: Pessoas que não possuem qualificações em ciências climáticas espalham falsas alegações.

Falso equilíbrio: Dar o mesmo peso a pontos de vista marginais e ao consenso científico alargado, fazendo parecer que existe um debate significativo. Não existe nenhum.

Teorias da conspiração: Afirmações de que cientistas e governos estão a “esconder a verdade” ou a manipular dados, sem provas.

Passamos a especificar estas quatro táticas, uma a uma:

1 - Dados seletivos: trata-se de utilização seletiva de dados para induzir o público em erro sobre as tendências da ciência do clima. Exemplo: “O CO₂ representa apenas 0,04% da atmosfera, uma quantidade tão pequena que não tem importância!”

Esta afirmação isola um facto (a pequena percentagem) sem o contexto completo. Sim, o CO₂ é apenas 0,04% da atmosfera, mas essa pequena quantidade é exatamente o que retém o calor e mantém o nosso planeta quente. É como adicionar uma pequena quantidade de piri-piri a um prato, mesmo assim muda tudo.

2 - Falsos especialistas: pessoas sem qualificações em ciências climáticas espalham alegações falsas. Exemplo: O Dr. John Clauser, um físico vencedor do Prémio Nobel, afirma que não existe uma crise climática. Isto é usar a fama ou o título de alguém num campo para desacreditar a ciência noutro. De facto, John Clauser é um Prémio Nobel, mas em física quântica, não em ciência climática. Na verdade, este cientista não tem nenhuma investigação publicada nesta área.

3 – Falsos peritos: Atribuir o mesmo peso a pontos de vista marginais e ao consenso científico alargado, fazendo parecer que existe um debate significativo, quando não existe nenhum. Exemplo: um programa de televisão discute se as alterações climáticas são uma ameaça real ou apenas um ciclo natural, convidando um cientista climático e um cético climático sem formação científica. 

Um cientista com anos de investigação é colocado ao mesmo nível de alguém sem conhecimentos especializados. Ou seja: igual tempo de antena para diferente credibilidade. Na verdade, 97% dos cientistas do clima concordam que as alterações climáticas são reais e provocadas pelos seres humanos. O debate deve refletir o peso das provas científicas.

4 - Teorias da conspiração: afirmações de que cientistas e governos estão a “esconder a verdade” ou a manipular dados, sem provas. Exemplo: “Os incêndios florestais de 2023 no Canadá foram provocados intencionalmente pelo governo”.

Não há provas que sustentem esta afirmação. Ela foi concebida para alimentar a desconfiança e desviar a atenção de questões reais. Os incêndios florestais de 2023 no Canadá foram intensificados pelas alterações climáticas, devido a condições mais quentes e secas, que tornam os incêndios florestais mais prováveis e mais extremos.

Aqui ficam alguns passos importantes a seguir quando se depara com uma nova informação:

Verificar a fonte. É uma fonte fiável, como uma organização científica, ou é uma fonte tendenciosa, como um político?; Analisar a linguagem e o tom. A mensagem é exagerada ou utiliza palavras que desencadeiam as suas emoções, como “embuste”, ‘esquema’ ou “conspiração”?; Verificar as imagens. Foram editadas ou retiradas do contexto?; Verificar várias fontes ou através de sítios Web de verificação de factos.; Refletir sobre o seu próprio preconceito. Está a partilhar isto porque se baseia em factos, ou apenas porque está de acordo com as suas opiniões pessoais?

O que se pode fazer quando se reconhece a desinformação sobre o clima: Denunciá-la. A maioria das plataformas de redes sociais tem um botão de denúncia. Utilizá-lo!; Evite o envolvimento. Não comente nem partilhe. A interação só dá mais visibilidade à desinformação; Partilhe a verdade. Divulgue informações exatas online e fora de linha à sua comunidade; Mantenha a mente aberta. Tenha consciência dos seus preconceitos e obtenha os factos de várias fontes de confiança.

Entrar em ação!

A FNE e a AFIET lembram que a desinformação sobre o clima espalha-se rapidamente, mas cada um de nós pode ser mais rápido!

Por isso, neste Dia da Terra 2025, combata a desinformação com a educação climática! Pode fazê-lo de várias maneiras: partilhe este texto para ajudar outros a reconhecer a desinformação sobre o clima! Exija uma educação climática de qualidade para todos. Assine o Manifesto Ensinar para o Planeta! Junte-se ao movimento sindical global e defenda a justiça climática! Apele ao seu governo para que tome medidas decisivas em relação ao clima e faça uma transição justa.

Consulte aqui o guia de sobrevivência publicado pela Internacional da Educação (IE)