A greve às avaliações será o reafirmar do descontentamento e indignação dos docentes portugueses à falta de resposta do ME

30-5-2018

A greve às avaliações será o reafirmar do descontentamento e indignação dos docentes portugueses à falta de resposta do ME
O Secretariado Nacional da FNE reitera que a greve será uma das respostas que os educadores e professores portugueses darão, se na reunião com o Ministro da Educação agendada para o próximo dia 4 de junho, às 15 horas, se repetir o que aconteceu na audição realizada na Assembleia da República no passado dia 23 de maio, isto é, a ausência de qualquer resposta concreta para as questões que mobilizaram os educadores e professores portugueses para a grande manifestação nacional de 19 de maio.

Para a FNE, o Ministro da Educação não pode continuar a refugiar-se em discursos de autosatisfação sobre as medidas que já adotou, ignorando por completo as razões fundamentais do descontentamento dos docentes portugueses, num sinal de desrespeito que não pode deixar de ser denunciado. O que é aliás é válido identicamente para os trabalhadores não docentes, uma vez que da parte do Ministério da Educação não surge nenhum sinal de respeito e consideração pelas razões que mobilizaram a grande greve de trabalhadores não docentes que ocorreu no dia 4 de maio.

O Ministério da Educação não pode continuar uma prática de auto-glorificação que desvaloriza os trabalhadores docentes e não docentes que tutela, sem admitir, como devia, que só com trabalhadores valorizados é que teremos educação de qualidade.

O Ministério da Educação não pode esperar uma educação de qualidade com trabalhadores sem expetativas quanto ao desenvolvimento da sua carreira, desgastados por uma atividade profissional excessivamente longa e invulgarmente pesada, e esgotados por horários de trabalho intermináveis e procedimentos burocráticos intensivos que não lhes deixam ter vida própria.

Quem sofrerá as consequências de profissionais assim mal tratados serão os alunos que terão professores com uma idade média elevada e esgotados, e sem poderem trabalhar com professores mais novos e com mais energia.

O Secretariado Nacional da FNE saudou a grande manifestação nacional de professores que ocorreu no passado dia 19 de maio, e fez a preparação da reunião com o Ministro da Educação, a realizar no dia 4 de junho. A este propósito, determinou que, se se continuar a verificar a ausência de respostas concretas para as questões da recuperação integral do tempo de serviço congelado, da definição de um regime de aposentação ajustado ao elevado desgaste profissional e da revisão do regime de organização do tempo de trabalho, não restará outro caminho que não seja manter o pré-aviso de greve apresentado em 28 de maio, para que se se aprofunde e intensifique a luta dos educadores e professores portugueses.

Aquelas questões estão em cima da mesa como preocupações essenciais dos docentes portugueses desde o início desta legislatura. O Ministro da Educação, quase a completar três anos de exercício, tem de ter o trabalho de casa feito e apresentar as respostas concretas que os educadores e professores portugueses esperam, em nome da consideração que devem merecer a quem os tutela e que tem obrigação de lhes garantir respeito e adequadas condições de exercício profissional e de aposentação. Espera-se do Ministro da Educação que assuma por inteiro, tal como afirmou publicamente, a responsabilidade de defender intransigentemente os professores, demonstrando que se empenhará intransigentemente na construção de soluções de reconhecimento, valorização e dignificação dos docentes portugueses.

Aprovada por unanimidade.

Lisboa, 30 de maio de 2018