Greve poderá acontecer a 23 de maio, avisa o Sindicato dos Professores das Comunidades Lusíadas.
O Sindicato dos Professores das Comunidades Lusíadas (SPCL) enviou às autoridades portuguesas um pré-aviso de greve dos professores de português no estrangeiro (EPE) na Europa para o dia 23 de maio.
A informação foi enviada a 11 de maio para o Ministério da Educação, para o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, para o Camões, I.P. para o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e para o Ministério do Negócios Estrangeiros, informou à Lusa Teresa Duarte Soares, secretária-geral do SPCL, sindicato afiliado da Federação Nacional da Educação (FNE).
De acordo com a sindicalista, a situação dos professores do EPE em geral é “muito difícil”, já que os seus salários sofreram descontos que não poderiam ter sido feitos e estes ainda não foram repostos, enquanto os funcionários dos consulados e embaixadas “já viram estes valores repostos”.
A sindicalista acrescentou que para além de ter de contactar os pais dos alunos para realizarem as matrículas, os docentes têm de receber as propinas (cobradas só em alguns países) e realizar outros trabalhos administrativos. “A greve prevista acontece no dia dos exames do instituto Camões, marcados para o próximo dia 23, mas não prejudicará os alunos, pois os referidos exames são voluntários e os seus resultados não têm qualquer influência no percurso escolar dos alunos nos vários países de acolhimento”, afirmou a sindicalista. “Será porém uma significativa tomada de posição dos professores, que desesperam já por ver atendidas as suas justas reivindicações”, acrescentou a professora. Teresa Duarte Soares referiu que o SCPL e a FNE têm uma reunião agendada com o instituo Camões, em Lisboa, no dia 15 de maio. O Sindicato dos Professores no Estrangeiro (SPE), afiliado da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), enviou um pré-aviso de greve dos professores do EPE na Suíça, também para o dia 23 de maio.
“A partir do momento em que o Governo suíço retirou o mecanismo de compensação que permitia a paridade entre o franco suíço e o euro, isso levou a uma perda entre 14% e 20% nos salários dos professores do EPE naquele país”, explicou o responsável do SPE, afiliado da Fenprof.
O Banco Nacional suíço (BNS) decidiu em janeiro abolir a taxa de câmbio mínima do franco suíço face ao euro (1,20 francos por euro), em vigor desde setembro de 2011 e eixo principal da política monetária suíça há mais de três anos, e baixou diversas taxas de juro. Segundo Carlos Pato, “é incomportável” viver hoje na Suíça com os salários que os professores do EPE recebem do Governo português.