30-6-2020
Todos desejamos que se tenha ultrapassado definitivamente a difícil crise sanitária que se abateu inesperadamente sobre todos, embora com muito mais intensidade para os mais frágeis.
Todos esperamos que o próximo ano letivo comece em condições o mais próximo possível das normais e que, sobretudo, sejam reunidas as condições para que se possa trabalhar para atenuar as perdas educativas acumuladas que são consequência destes tempos difíceis, e que não foi possível evitar, apesar de todo o esforço que foi desenvolvido por milhares de educadores e professores por todo o país. E esperamos que não haja uma segunda vaga da pandemia que no outono e no inverno possam desfazer os resultados de todo o esforço que foi desenvolvido.
Toda a sociedade e muitos membros do Governo afirmaram em várias oportunidades que neste difícil momento foi essencial o setor da Educação - educadores, professores, trabalhadores não docentes da Educação para a infância, dos ensinos básico e secundário e superior - os quais se desdobraram em empenho e inovação, para que o maior número possível de alunos se mantivesse em ligação com as suas escolas.
Mas, apesar das palavras tantas vezes ditas e reditas, educadores, professores e trabalhadores de apoio educativo sentiram-se muitas vezes desamparados e confusos com orientações contraditórias, e tantas vezes em situações desconfortáveis em relação aos seus alunos e respetivos país e encarregados de educação, as mais das vezes em resultado da insuficiência de orientações claras por parte da Administração.
A verdade é que o esforço realizado foi intensíssimo e chegamos ao final do ano letivo com muitos professores completamente esgotados. E a escassos dois meses e meio do início do próximo ano letivo, não sentimos que da parte da Administração educativa haja a perceção completa da dimensão dos problemas com que vamos estar confrontamos e sobretudo com a garantia da disponibilização dos recursos humanos e materiais que forem indispensáveis para assegurar as respostas adequadas.
A FNE tem afirmado aquilo que é a sua tradição: tem propostas e intervirá construtivamente na identificação das soluções que forem ajustadas para a situação que se viver no próximo ano letivo, com a flexibilidade que vai ser indispensável em função do desenvolvimento da situação sanitária.
Mas também é indispensável que se tenha consciência de que nos momentos difíceis que vivemos, a Educação disse Presente.
Agora é indispensável que, para além das palavras, haja ações concretas de reconhecimento e valorização de todos quantos trabalham em Educação, através de políticas que tenham em conta as suas legítimas aspirações. Educadores e professores e trabalhadores de apoio educativo de todos os Setores de ensino consideram indispensável que haja respostas para os problemas concretos sistematicamente identificados e que têm sido sucessivamente apresentados ao Governo, até agora sem qualquer disponibilidade para os resolver, em termos de carreiras, rejuvenescimento, precariedade, formação, qualidade de vida, saúde, aposentação.
Agora é preciso que estas questões sejam reconhecidas e que se valorizem as carreiras de quantos trabalham em Educação.
Temos de ser reconhecidos e valorizados para continuarmos a garantir um serviço público de Educação de qualidade.
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