29-3-2016
Gente anónima e conhecida associa-se à campanha da FNE que está no seu site, num blogue, no youtube e tem página de Facebook. O objetivo é lembrar e valorizar aqueles que marcam para sempre. Margarida Pinto Correia, diretora de Inovação Social da Fundação EDP, recorda a sua professora primária Maria de Lurdes Varela. "A mulher que nos ralhava, que ria connosco, e que nos ensinou a primeira frase que soube escrever ‘eu acordo sempre cedo num dia de verão', nunca mais me esqueci, que nos leu o João Semana". A professora que, acrescenta, "me mudou a vida e que me marcou para sempre".
António Capelo, ator, trata a sua professora primária por "a minha querida professora". Quando regressa a Castelo de Paiva, à aldeia onde nasceu, a sua professora lembra-se dele e ele não se esquece dela. Parte de si tem uma parte dela. "Os professores são marcos na formação de qualquer ser humano", diz num vídeo que gravou para a campanha da FNE. O professor é, sublinha, quem "nos ampara nas dúvidas e que nos esclarece essas dúvidas". Quem faz olhar para o mundo de forma atenta, que mostra que "é possível olhar para a vida de uma maneira diferente", que ensina o que é essencial, "que a vida se faz caminhando". E hoje, nos tempos que correm, nesses tempos avassaladores, em que tudo está perto e distante ao mesmo tempo, ser professor é, para Capelo, "uma responsabilidade muito grande".
A atriz Emília Silvestre recorda-se de alguns professores e a sua memória foca-se em Vera Vouga, que já partiu. "Tinha um cuidado de trabalhar com os alunos de uma forma interessada e humanista", lembra. "São os bons professores que nos marcam para a vida toda". Há, portanto, alterações a fazer. Na sua opinião, o ensino de hoje anda "muito focado em questões financeiras". "Os professores passam a vida a preencher papéis e não têm tempo para fazer o que devem fazer: interessar os alunos e fazer deles pessoas melhores", refere. Defende, por isso, que se troque o cunho economicista por o cunho humanista.
Os alunos do Centro Escolar de Mindelo, Vila do Conde, juntam-se para o vídeo de agradecimento e dizem o que lhes vai na alma. Agradecem aos seus professores o empenho, a disponibilidade. E também a paciência, ajudarem os alunos a crescer, ensinar a ler e a escrever, dar atenção, ajudar a ter um futuro melhor, ensinar coisas novas. Pelo apoio, pela orientação, pela brincadeira. O pequeno António Fonseca Nadio agradece à sua professora Ângela os quatro anos do 1.º ciclo. O que ensinou, tudo o que fez pelos alunos. "É a melhor professora do mundo, adoro-te".
Rui Massena, maestro e músico, recorda a Irmã Conceição Neves do Colégio Nossa Senhora da Bonança. Os professores são determinantes, estimulam os alunos a crescer. Marcam para a vida. Massena gostaria que a imagem pública do professor seja recuperada "na dignidade que a função merece e tem para a sociedade". É preciso, realça, "força para continuar a estimular crianças e a si próprios, dar de si aos outros". Fica o seu abraço de força e de grande consideração, ou não fossem os professores fundamentais para "uma sociedade melhor, mais justa e afetivamente mais bem resolvida".
A campanha é assim: sentida e intensa, com mensagens de apoio e reconhecimento. A FNE lançou a iniciativa para promover a "imagem social dos professores, de modo que os bons profissionais se sintam mobilizados na profissão e não abandonem precocemente e para que os melhores alunos queiram ser professores". João Dias da Silva, secretário-geral da FNE, adianta ao EDUCARE.PT que a campanha é um processo dinâmico, que todos podem participar, e que o número de intervenções não para de aumentar. "Tem sido gratificante ver a adesão das pessoas". "A ideia é demonstrar que há muitas boas práticas e muitos bons professores que raramente são reconhecidos", diz, acrescentando que "a boa imagem dos professores tem pouca visibilidade no nosso país".
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