16-12-2021
"É preciso que desde o início da legislatura se perca a ideia de adiar os problemas, fazendo de conta que tudo está a correr bem, e dar sinal que vem aí uma mudança participada com os sindicatos e com diálogo". Esta foi a principal mensagem reforçada pelo Secretário-Geral (SG) da FNE, João Dias da Silva, nas reuniões hoje realizadas com David Justino, Coordenador Nacional do PSD para a área da Educação, e Porfírio Silva, diretor do Gabinete de Estudos do PS.
Os encontros serviram para a delegação da FNE, composta pelo SG, pela Vice-Secretária-Geral Lucinda Dâmaso e pelos Secretários Executivos Maria José Rangel, Josefa Lopes, Cristina Ferreira e Manuel Teodósio, apresentar a ambos os partidos o "Roteiro para a Legislatura 2022-2026", elaborado pela federação.
Este documento destaca e apresenta propostas para as maiores preocupações da FNE relativamente às políticas de Educação que o futuro Governo tem que ter em conta e demonstra a sua disponibilidade para um diálogo sério, efetivo e regular, que permita ultrapassar os grandes constrangimentos do setor.
Temas como os concursos, o lançamento do próximo ano letivo, a falta de valorização da carreira, a desmotivação do corpo docente, a questão da transferência de competências para as autarquias e da consequente integração dos Trabalhadores Não Docentes, foram considerados pela FNE "prioritários nos primeiros tempos de legislatura do próximo Governo. Temos uma carreira que não valoriza os professores. Temos precariedade nos docentes e nos não docentes. Precisamos que no início da nova legislatura se mostre atitude e se pegue nestes problemas de imediato", justificou João Dias da Silva.
David Justino, da parte do PSD, confirmou a partilha de várias preocupações e prioridades que constam do Roteiro para a Legislatura entregue pela FNE, nomeadamente ao nível da formação inicial de professores e da situação dos trabalhadores não docentes que, como considerou, "são temas para nós assumidos como prioritários". Outra das nossas prioridades do PSD passa também pela Educação de Infância.
Já Porfírio Silva, do PS, agradeceu a entrega do "Roteiro para a Legislatura" em mãos, elogiando à FNE "uma forma de atuar que nem todos têm" para, no seguimento, assumir que "caso o PS seja governo na próxima legislatura é necessária uma reflexão mais alargada sobre a maior consciência do papel da escola na sociedade, algo que a pandemia reforçou".
O diretor do Gabinete de Estudos do PS deixou ainda uma palavra sobre a transferência de competências para as autarquias afirmando que "sabemos que no início não vai correr logo tudo bem, mas é preciso reforçar a ligação entre municípios e escolas", deixando ainda o desejo para a próxima legislatura de que “se viva menos crispação e se criem mais condições para um debate social mais alargado, que inclua os sindicatos".
Com a entrega do Roteiro para a Legislatura aos partidos políticos a FNE pretende ver as suas propostas traduzidas nos respetivos programas eleitorais, de modo que se desbloqueiem os diversos desafios existentes no sistema educativo, envolvendo alunos, educadores, professores e trabalhadores não docentes.Categorias
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