17-9-2021
Uma delegação da FNE, que integrou o Secretário-Geral, João Dias da Silva, e membros das Direções do SDPGL (Sindicato Democrático dos Professores da Grande Lisboa) e do STAAESRA (Sindicato dos Técnicos, Administrativos e Auxiliares de Educação do Sul e Regiões Autónomas) assinalou o início do ano letivo 2021/2022 na Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos (sede do Agrupamento Bartolomeu de Gusmão), em Lisboa, onde em reunião com a direção ouviu os lamentos e necessidades que esta unidade sente em relação à realidade que ali se vive, transversais a muitas outras escolas e agrupamentos de todo o país.
Desde logo os desafios criados pela pandemia. Sobre esta questão, o Professor Jorge Nascimento, Diretor do Agrupamento, realçou a necessidade de "este ano, em contacto com os pais, transmitirmos que tudo temos de fazer para tornar este ano letivo mais 'normal' que o anterior, mantendo as questões fundamentais de segurança, mas gerindo melhor outras."
A questão da transferência de competências também veio à conversa, com o Diretor a considerar que tem sido até ao momento uma experiência positiva e que tem agradado aos funcionários. Positiva não tem sido a questão da contratação de professores naquelas escolas. Nas palavras de Jorge Nascimento "é o grande drama. Temos professores contratados com 50 anos. Ou seja, os novos professores não são novos", acrescentando ainda que "muitos chegam sem carreira, precários e desmotivados. É preciso que se faça algo urgentemente para mudar esta situação". Também a nível de organização escolar e do sistema educativo ficou dada uma nota negativa, pois "este modelo de escola já não serve para os alunos".
Relativamente aos Trabalhadores Não Docentes ficou patente a necessidade de se contratar mais pessoal, pois aquela escola "continua com números abaixo do rácio". Isto num ano onde o único recurso a que a escola teve acesso foi à contratação de um terapeuta da fala.
Nesta visita, a FNE confirmou que o novo ano letivo arranca com velhos problemas conhecidos de anos anteriores e que o Ministério da Educação persiste em não resolver, pese muito embora a contínua e sistemática chamada de atenção e envio de propostas da federação. Entre os problemas mais prementes à espera de solução encontram-se a falta de apoios para professores deslocados para muito longe da sua residência, a falta de professores em determinados grupos de recrutamento e em determinadas zonas do país, a precariedade, o envelhecimento dos trabalhadores da educação e o urgente rejuvenescimento da profissão.
Esta ação sindical marca também um compromisso assumido pela FNE com Docentes e Trabalhadores Não Docentes de não desistir de lutar por matérias como a ultrapassagem dos limites do tempo de trabalho, o modelo de avaliação de desempenho e a melhoria das condições de trabalho e de atratividade no setor.
Já não chegam as palavras. É necessário que as palavras se traduzam em políticas de reconhecimento, de valorização e de apoio a todos os trabalhadores da educação.Categorias
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